1.28.2010
Prisão de dentro
O aspecto talvez mais angustiante de uma série assombrosa como Oz (a avaliar pelas duas primeiras épocas, o que consegui ver até ao momento), é que nada sabemos da vida anterior das personagens com excepção daquilo que conduziu à sua condenação. O mundo lá fora é raramente aludido e fica cada vez mais distante e inacessível. Oz é como um deserto que nos engole e cedo se desfazem quaisquer fantasias sobre esse universo quase exclusivamente masculino. Os homens de Oz vivem para se evadirem sem sair de onde estão, e isso só é possível pela droga, pelo sexo (visitas conjugais, onanismo e homossexualidade) ou pela violência. É não menos angustiante pensar que os homens cá fora não têm tantas outras formas de escapismo. Como se vivessemos todos encurralados: uns cercados de betão e aço, os outros oprimidos por formalidades e compromissos. Numa prisão em espaço aberto.
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