5.08.2009

Me Tarzan, tu Jeanne











O espectáculo com Jeanne Balibar, La Danseuse Malade, que hoje repete na Culturgest é uma pretensiosisse sem ponta onde nos agarrarmos. Tem ideias fortes como a da câmara instalada no interior da caixa da carrinha que se desloca no palco, cujas imagens são projectadas sobre a superfície branca da mesma, ou o cão que irrompe cena adentro de assalto ao braço de Boris Charmatz, também coreógrafo, e que se evade da nossa vista com igual ímpeto, fazendo acreditar por segundos na utopia de podermos assistir um dia a uma dramaturgia em que homens e animais de carne e osso interagissem como iguais. Só que o resto, que é quase tudo, é um penoso arrastar de ideias batidas, sacadas ao universo viscoso de Matthew Barney, ou procurando tirar partido da presença da extraordinária actriz na sustentação de uma lengalenga incompreensível que ela debita uma eternidade de tempo enquanto conduz para a frente e para trás. Exemplos como La Danseuse Malade até podem fazer-nos descrer da dança contemporânea, território que me tem dado a ver outras coisas absolutamente notáveis. No final, o aplauso que se ouviu eram palmas geladas.

Arquivo do blogue