3.10.2008

Alto rendimento

Ontem à noite fugi deliberadamente de Rui Santos (Tempo Extra, SIC-N, dom. 23h00), mas deu-se o caso de terminar de ver um DVD no preciso momento em que ele se referia ao momento do Sporting e não consegui mudar de canal. Rui Santos tem várias coisas a apontar ao meu clube, aos seus jogadores, treinador e dirigentes, e vou centrar-me apenas naquilo que considero fundamental para justificar a irregularidade de exibições e resultados, ainda assim dura de aceitar. A questão tem a ver com o número do jogadores do plantel do Sporting que podemos considerar de alto rendimento. Entendo por jogador de alto rendimento aquele que mantém qualidade exibicional e regularidade nos índices de entrega ao jogo e de cultura táctica. É forçoso reconhecer que apenas Abel, Polga, Moutinho e Liedson encaixam neste perfil de alto rendimento. Vukcevic poderá vir a juntar-se ao pequeno grupo mas é coisa para aferir mais tarde. Assim, envolvida que está em várias competições, a equipa do Sporting sofre sempre que o onze "ideal" não está em campo; sempre que Paulo Bento tem de gerir o esforço dos seus jogadores. Todos os substitutos apresentam menor rendimento quando são chamados, e o rendimento de várias das principais figuras deixa frequentemente a desejar. Como é que isto se resolve? De duas formas apenas: comprando melhor (isto é, com provas dadas de elevado rendimento) ou baixando as expectativas de êxito desportivo. Claro que se os futebolistas do Sporting (de qualquer equipa) passassem a receber a parte mais substantiva dos seus vencimentos em prémios por objectivos, o rendimento seria logo outro. No futebol, como na vida, é preciso fazer articular um coração apaixonado com uma mente cínica.

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