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Com Os Anjos Exterminadores Brisseau estatela-se na poça do pretensiosismo e da aldrabice, pois parece-me óbvio que o realizador francês se limita a fazer uma variação preguiçosa do filme anterior – Coisas Secretas, espécie de parente bastardo do Eyes Wide Shut de Kubrick – que resulta gratuita, inofensiva e formalmente desinteressante. Mas podia funcionar como prequela ao filme anterior, não fosse a pífia intencionalidade daquilo tudo: o sexo enfada (uma mulher toca-se; duas mulheres acariciam-se; três mulheres masturbam-se...), o verbo é pouco imaginativo e não se observa ali (auto-)ironia suficiente ou qualquer outro mecanismo de distanciação a que nos possamos agarrar. É obra que se pode ver de perna bem destraçada.