2.08.2011

Menos que Proust














(...) A gente nunca aprende nada. O que o tempo e a vida fizeram foi permitir-me experimentar essas dificuldades e fazer-me reflectir sobre elas, senti-las na pele e tentar ultrapassá-las.
Não sente que sabe mais do que quando tinha 20 anos?
Talvez saiba mais mas não me aproveita. Não é por isso que deixo de sofrer as mesmas coisas que sofria quando tinha 25 ou 30 anos. Só que agora com cores e com uma espessura diferentes. Por detrás de cada situação dessas que vivo está a memória, outro tema importante para mim. Há uma memória de situações anteriores e portanto há uma tendência que eu neste momento consideraria ser para o desencanto.

[Pedro Tamen para Carlos Vaz Marques na Ler de Fevereiro.]


E assim a vida é: uma conferência com o tradutor de Proust ao final da tarde; um filme biográfico dos Motörhead depois do jantar. Assim a vida será, para depois ser a vida que foi. Já que não se aprende nada.

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