7.02.2010

Arturo Bandini sou eu


























São precisas poucas páginas (umas 17...) para perceber o grande escritor que é John Fante. O grande escritor é o escritor universal. Penso que qualquer pessoa se poderá identificar com a inocência de Arturo Bandini, a viver modestamente de fantasias na cidade dos sonhos. Passa-se com Pergunta ao Pó (numa edição da Ahab que apetece estimar) aquele caso raro de eu ter visto o filme antes de ler o livro. Há coisas que antecipo e é como se pudesse falar de todo ele, já, sem ter chegado ao fim. O que o livro tem em abundância em relação ao filme de Robert Towne são os pequenos devaneios de Bandini, aquilo que se concretiza apenas nos seu diletantismo platónico. Tão nosso semelhante e numa escrita absolutamente humana e desperta: como se a vida idealizada fosse a mais verdadeira.

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