5.18.2010

O clube que temos...
















(...)
Na última semana da época, as águas agitaram-se outra vez, com o Sporting a anunciar que Izmailov faltou a dois treinos sem estar autorizado. O que é que aconteceu?
Tive dois problemas graves de carácter familiar - sobre os quais não vou falar publicamente -, e o clube estava ao corrente de tudo. O que se passou comigo era uma questão de grande respeito. Mais uma vez, senti-me muito mal com tudo aquilo que foi escrito e especulado nos jornais, quando o que estava em causa era uma coisa muito simples. Fui novamente mal compreendido pelas pessoas do Sporting. A confiança nelas não pode ser a mesma.
Nesse lote de "pessoas", também se inclui o director Costinha?
Digo isto pela primeira e última vez na minha vida: durante as três épocas no Sporting tive a grande felicidade de os adeptos terem estado sempre comigo, tal como os colegas de equipa e os treinadores com que trabalhei. Obviamente que, respondendo à questão, também me estou a referir ao sr. Costinha e sobretudo a quem depende dele. O médico [Gomes Pereira], por exemplo, que vai estar sempre do lado dele. Portanto, é sobre eles que falo.
Tinha um excelente relacionamento com o médico, mas a ligação esfriou…
A partir do momento em que o Costinha entrou, a relação alterou-se devido à pressão que o médico ia sofrendo. No jogo com o Atlético, o doutor não cumpriu o que tinha ficado combinado e depois foi à sala de Imprensa dizer que eu só não jogava se não quisesse. Nesse aspecto, não foi solidário comigo, porque ele sabia perfeitamente que eu não estava em condições de jogar.
Se já estava magoado com essas "pessoas", pior ficou com este último caso...
A minha principal preocupação era resolver os problemas da minha família. Tudo que se passou na altura do jogo com o Atlético de Madrid, para mim, já não tem grande significado, encaro isso com normalidade. Honestamente.
Sente-se a mais no Sporting?
Sinto-me muito calmo. Aquilo que posso dizer é que perdi a confiança nessas pessoas. Mas tenho contrato de trabalho e, como sou profissional, vou cumpri-lo.
A ruptura pode estar iminente?
Não sou uma pessoa conflituosa, mas ninguém duvide de que irei fazer sempre tudo o que tiver de fazer para defender e preservar a minha família. Quanto ao resto, nem sequer me passa pela cabeça.

[O Jogo, 18.05.10]

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