5.10.2010

Mad men (not so yet)




















Esticaram a fisga nos dois primeiros álbuns e a pedrada só foi sentida com Alligator. De qualquer maneira é errado argumentar que a gravação inaugural dos National serve apenas os devotos. Não tendo vindo o que veio depois (depois de Sad Songs for Dirty Lovers chegou Alligator e mais tarde Boxer), eles teriam deixado marca: algures entre o som Lou Reed dentro e fora dos Velvet e as explorações bucólicas dos R.E.M. na I.R.S. Os Silver Jews começaram exactamente assim. Mas faixas como Son ou 29 Years anunciam o veludo abrasivo que os National viriam a dominar com maior consciência. Há discos de aprendizagem que ensinam umas coisas. Aprendizagem implica experimentação e controlo sobre o aperfeiçoamento dos erros. A música dos National conseguiu até hoje (escrevo no total desconhecimento de High Violet) preservar uma réstia de imperfeição: a que podemos chamar honestidade ou dor de crescimento. A obra deles dá a ideia de responder sempre às suas vidas, e há muito que faz parte das nossas. E somos cada vez em maior número, o que pode dar a impressão de que a música pertence-nos cada vez menos. Eu sei que dói. Por isso voltei ao início.

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