6.17.2008

Espaço 1987
























Muito se volta agora a falar de Brian Eno, a propósito da sua produção para o novo disco dos Coldplay, que não ouvi ainda. O burburinho fez-me regressar no tempo cerca de vinte anos, até ao momento da segunda colaboração de Eno com os U2: The Joshua Tree, co-produzido por Brian e por Daniel Lanois. E se Lanois trouxe a este estupendo disco (dos melhores, senão mesmo o melhor, que os U2 alguma vez fizeram) texturas que remetem para a vastidão americana e para os géneros musicais aí surgidos desde as origens (folk, gospel, blues), já Brian Eno encarregou-se de impregnar os ambientes sonoros de uma espacialidade que se faz ouvir, criteriosamente, de inicio até final. O disco abre com Where the Streets Have No Name, por sua vez introduzido por uma malha atmosférica que tem a marca do uso que Brian Eno dá aos sintetizadores. The Joshua Tree continua a soar tão coeso e diverso como dantes, e musicalmente tão bem realizado, porque nele se harmonizam os três principais vectores: a matéria, trazida por Lanois; o espírito, assinado por Brian; e a energia, mérito da banda liderada por Bono.

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