8.17.2006

Comoção
















Observem esta imagem. Com carinho. A Última Hora, 25th Hour está cheio de imagens comoventes como esta. Infelizmente não se encontra muita coisa na Net. Mas esta serve. De pretexto para voltar a referir um dos melhores filmes americanos dos últimos anos. De um Spike Lee de nível Elia Kazan. A Última Hora é sobre o homem nesta imagem que irá perder tudo o que tem de um dia para o outro: de uma hora para a outra. É sobre este homem que sentindo a privação do futuro olha forçosamente para o presente e passado: o olhar que se vê nesta imagem. A vigésima quinta hora a que se refere o título original diz respeito à representação de um prolongamento alternativo da sua própria história. Como nos sonhos, porque vigésimas quintas horas todos temos todos os dias. Para acordar depois, todos os dias, para a realidade. A mesma que no filme de Spike Lee é feita de amizade, de ódio, de traição, de compromisso... e da cúmplicidade calada entre um homem e o seu cão: que nada, além de companhia, pode fazer por ele. Quando pensei escrever algumas linhas sobre este a vários níveis magnífico título de Spike Lee, apoderou-se de mim uma ligeira sensação de angústia pelo destino do animal no mesmo. Agora lembro-me e estou pacificado. Resta aqui dizer que A Última Hora anda por aí em campanha do DN a preço que não se usa. Nunca se usou. Nem que vivêssemos na época do Kazan. Agora que comprei quantos queria, já posso escrever isto.

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