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Parece que o meu puro instinto em matéria de dança contemporânea continua apurado. O espectáculo que vi no CCB, H2-2005, (sorry, não repete mais) do Grupo de Rua de Niterói com coreografia de Bruno Beltrão era óptimo. Tinha aquela dose de suficiente abstracção para nos pôr as ideias a dançar dentro da cabeça. Tinha energia e a elasticidade que vai da tensão (música e movimentos frenéticos) à distensão (silêncio e quase imobilidade). Tinha uma supreendente escolha musical que alinhou a leitura de Bobby McFerrin de um tema de Rimsky-Korsakov com Nana Vasconcelos com uma dominante minimalista assente num drone que parecia infinito.
H2-2005 mostrou conceito, desconstruía o imaginário do hip hop sob a influência da componente intelectual da dança contemporânea e foi sob diversos aspectos muito sugestivo. Bingo!