8.02.2012

Sem imagem

Numa autobiografia sem a basófia que poderíamos antecipar, Keith Richards faz, entre outras coisas, uma avaliação muito justa e até consensual da discografia dentro e fora dos Stones. Nota-se o orgulho que tem pelo seu álbum de estreia, "Talk is Cheap" (1988), que na opinião do próprio remete para a sombra qualquer coisa que Mick Jagger tenha igualmente tentado almejar fora da banda. E Keith tem toda a razão! Jagger é/foi importantíssimo nos Stones e a sua bocarra é talvez o traço fisionómico mais distintivo de entre os vários elementos, mas os Rolling Stones, como qualquer grupo que se preze, distinguiram-se pela alma da sua música, algo que o marketing não consegue fingir que existe quando não está lá. A parte grande da alma dos Stones vinha de Keth, daquele groove esquivo e dos riffs que fizeram história. Por isso é que "Talk is Cheap" pode ser colocado em matéria de importância logo a seguir às obras-primas que os Rolling Stones fizeram alinhar na passagem para a década de 70. A voz de Keith Richards é o que se sabe... e a sua alma mais difícil de traduzir. É a vida.

[Agora imaginem a capa do CD, tirem umas décadas ao cadáver charmoso que ainda tem fome de palco, ponham-lhe um cigarro na mão e no dedo o anel em forma de caveira, porque até à próxima semana continuo sem possibilidade de colocar imagens no blogue.] 

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