8.09.2012
O fractal humano
Pela primeira vez em cinco temporadas tenho acompanhado a série Mad Men com cadência semanal. São hábitos não fáceis de recuperar, e dois episódios ficaram entretanto pelo caminho. Nada que me impeça de pensar que estamos perante a época mais surpreendente. O último episódio então, só tem paralelo nas experiências visuais e narrativas do cineasta francês Alain Resnais (n. 1922). A sensação de sermos atirados para uma teia psicológica cubista, que não terá que ver só com o uso diverso de drogas recreativas: erva e ácido lisérgico. A desconstrução dramática e a desmontagem cronológica são portas de acesso para os abismos representados pela aparente ausência de racionalidade a sustentar aquilo que observamos do comportamento das personagens que citanto Megan, mulher de Don Draper, acaba invariavelmente por degradá-las. É um episódio notável (#6 Far Away Places) onde tudo parece andar à deriva e onde nada acontece por acaso. A televisão elevada ao estatuto de grande arte. Resnais terá por certo adorado.
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