5.30.2007

Olhando as emoções fetais dos sábados à noite

«"So what can you do on a Saturday night -- alone?"
That lyric, sung by lonely young men in Brooklyn desperate for romance, is at the top of "Saturday Night." For those of us who don't find Sondheim's songs pretentious and unfeeling, it encapsulates the deeply felt Sondheim signature emotion in its fetal form: the aching, ambivalent and often thwarted desire to connect with someone. It's the naked yearning that runs through "With So Little to Be Sure Of", "Too Many Mornings", "Being Alive", "Pretty Women", "Not a Day Goes By", "Finishing the Hat".»
(Conversations with Sondheim, Mar. 2000)
























(...) Ah! Pretty women, at their mirrors,
In their gardens,
Letter-writing,
Flower-picking,
Weather-watching.
How they make a man sing! (...)

Esta é a rara e muito generosa entrevista com Stephen Sondheim, antiga de sete anos mas extensa (17 páginas), cúmplice e que traça a retrospectiva sobre os 70 anos do compositor celebrados na altura. Ilustrada aqui com imagem de outra proveniência. Como dizia a um amigo, quando escuto música de Sondheim - canções de Sondheim - sinto vontade (o desejo inútil) de deitar para o lixo metade da minha discoteca. E também já amarguei sábados à noite pensando sozinho no amor, no romance, idealizando sozinho ou em conversa relações passadas, esquecendo os fracassos e lamentando a falta de capacidade para tornar vivos sentimentos que não encontrava ali agora. Como também dei já por mim a trautear o repertório sondheimiano, de cabeça para baixo na cadeira do dentista, olhando nos olhos das finalistas da Faculdade de Medicina Dentária que se acercavam de mim com uma curiosidade outra - musicando eu os meus pensamentos... "pretty women..." -, vendo a imagem invertida daqueles rostos, daqueles olhos que por vezes chegavam aos pares. Sondheim é assim, serve muitas situações: as boas e as nem por isso. Um homem não deve nunca é perder a capacidade de cantar. Dê lá por onde der, e com as outras notas todas.

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