9.10.2012
A missa infinita
A possibilidade da personagem do professor Michelle Apicella ter “reencarnado” no filme seguinte na figura do padre Giulio, merece ser considerada. Aproxima-os, além do corpo de Nanni Moretti, uma certa rigidez moral, o comportamento anti-social de quem procura alienar-se do que vindo de fora perturba as convicções próprias, e algumas fixações juvenis que assumem a função de escape (tanto Michelle como Giulio não podem ver uma bola de futebol que de imediato desatam a correr na direcção dela).
A Missa Acabou/ La Messa è Finita (1985) é uma obra onde se equaciona a possibilidade de encontrar sentido para a vida: se ele está na realização individual autónoma ou na relação com os outros. Que espécie de amor libertará o homem trazendo-lhe alegria? Não há respostas definitivas, é o mistério da vida que prevalece. E a originalidade de um filme que ligando-se com o anterior, acrescenta-lhe profundidade e universalidade. A Missa Acabou é uma obra-prima.
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