10.24.2011
'Submarino' fica-lhe bem
O que é um casal? Porque é que um homem e uma mulher se mantêm juntos? Submarino tem sensibilidade para não arriscar respostas definitivas para questões eternas que existem em qualquer história por mais pequena que seja. Podemos encontrar nele uma narrativa banal que passa pela manifestação da consciência moral do protagonista adolescente (um óptimo Craig Roberts), a par das dores de crescimento que em tantas alturas tomamos por definitivas: alguém, penso que o pai (extraordinário Noah Taylor), repete ao filho, Oliver, que aquilo que lhe causa sofrimento não terá qualquer importância quando este tiver 38 anos (porquê 38 anos? :). O pai, deprimido, resignado ou assim, que é das presenças mais fortes do filme de Richard Ayoade, um corpo e uma fisionomia que parecem prolongar a melancolia deste objecto para lá daquilo que se vê e do seu tempo de duração.
O que impede que Submarino seja um filme melhor conseguido passa pelo seu carácter justamente fragmentário. Tarantino ou Wes Anderson souberam trabalhar recentemente esta questão no cinema atribuindo-lhe densidades plástica e psicológica. Ayoade deixa os malabarismos visuais suspensos, tipo efeito para fazer cool enquanto se distrai os impacientes, sem que se sinta que Submarino não pudesse ser contado de modo mais simples e escorreito. Pouco dito, o filme consegue manter-se à tona das suas algumas redundâncias.
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