7.06.2009
Mentir com os dentes todos
Tinha terminado o segundo concerto da Orquestra Imperial. Uma diferença da noite para a tarde, como tive oportunidade de dizer ao querer impressionar uma amiga, querendo embora impressionar uma outra pessoa. Foi quase igual, e na diferença bem melhor que o dia anterior. Fui cumprimentar Rodrigo Amarante brincando de lhe apresentar uma pessoa, como o clown que disfarça (como pode) o embaraço, e sentindo logo ali uma intimidade entre os dois que me excluía. Falou-se da separação dos Los Hermanos. Usando da idiota metáfora disse a Rodrigo que só o fim dos Los Hermanos havia permitido que ele e Marcelo Camelo tivessem feito coisas diferentes: ele na Orquestra Imperial e nos Little Joy, Marcelo na carreira em nome próprio iniciada com um disco notável; assim como no final de uma relação marcante que tomamos pelo fim do (nosso) mundo, para algum tempo depois vermos que outras ligações se perfilam no horizonte. Rodrigo, mais sábio que eu, atalhou para a frase de um poeta brasileiro que diz qualquer coisa como, "se não houver tesão não tem jeito". Não tenho jeito. Eu devia ter sabido ficar calado.
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