9.18.2006
Até os fantasmas choram
Volver é o primeiro Almodóvar não virtuoso da fase madura (uma segunda maturidade, talvez...) - aquela que se convencionou ter início com A Flor do Meu Segredo (1995). Está para a filmografia do espanhol tal como The Trouble With Harry está para a obra de Hitchcock. É rural, inofensivamente mórbido e celebra o ar patusco das figuras populares. É um filme feito com mais memórias da vida do que do cinema: apesar da Magnani, da Loren.. O resultado é da ordem da emoção epidérmica instalada no espaço da emoção sofisticada que chega pela via cerebral. Volver é, aliás, muito pouco sofisticado. Encontra-se desprovido daquela estilização visual e dramaturgica que Almodóvar tornou suprema em Tudo Sobre a Minha Mãe, Em Carne Viva ou Fala Com Ela. É assumidamente um filme menor. Almodóvar foi só ali matar saudades à terra e volta já já. E é bem possivel que tal como o falso fantasma deste seu filme, até traga uma lágrima rolando pela face.
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