1.24.2011

M. para sempre




















Impossível não receber La Femme d'à Coté (1981) a não ser como um aviso. Truffaut parece dizer "tenham medo, tenham muito medo, das histórias de amor com princípio, meio, mas sem um fim". François Truffaut di-lo com palavras, usa arquétipos trágicos como a senhora Jouve que sobrevivera a tentativa de suicídio (por amor), tendo-se atirado de um sétimo andar. Di-lo também e sobretudo com imagens, e para que tal aconteça a intensidade das presenças de Gérard Depardieu (Bernard) e Fanny Ardant (Mathilde) é determinante. Ao contrário das histórias de amor que se deseja que fiquem resolvidas, às narrativas dos filmes nada obriga a que se lhes ponha um ponto final. As melhores, aliás, encontram formas de reverberar e de se perpetuarem dentro de nós. São aquelas que, justamente, metem mais medo.

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