9.17.2010

"Educação Siberiana", Nicolai Lilin

Não me fazia impressão nem o corpo do polícia estrangulado nem a história da tatuagem copiada de um criminoso. A única coisa que naquele momento me parecia estranha, pouco natural e fora da minha maneira de compreender a vida, era aquele corpo vazio, sem tatuagens. Parecia-me uma coisa impossível, considerava-a quase como uma doença. Desde pequeno sempre estivera rodeado por pessoas tatuadas e para mim isso era absolutamente normal. Ver um corpo sem nada tatuado causava-me um estranho efeito: um sofrimento físico, uma espécie de piedade.

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