9.21.2010

Cachorro moralista
















Também perdi largos minutos nos principais endereços onde Faye Reagan se entrega a todo o tipo de licenciosidades (nada que não tivesse visto antes protagonizado por dezenas de fémeas; e de varões, bem entendido). O moralista que há em mim morde o isco perante a dificuldade de entender que mulheres agraciadas com tamanha beleza a desbaratem com qualquer um (comigo), mesmo que em troca de direitos milionários decorrentes do uso da sua imagem. É horrível que o incómodo diminua face à comum badalhoquice, mas é mesmo assim (só a beleza se me afigura imaculada, merecedora de ser aqui preservada). O obstáculo é quase de ordem religiosa, reconheço, olhar representações que pela sua gratuitidade nos roubam o direito de rezar. Acreditem se quiserem: quando faço turismo por quaisquer destinos pornográficos é sempre em busca da transcendência: do instantâneo (imóvel ou sequencial) onde a mulher se liberta da sua proto-subjugação e se eleva em todo o esplendor. Pode ser uma expressão, um pormenor distituído de utilitariedade priápica, qualquer coisa que rompa com a lógica da eterna repetição. Um momento que dê a ilusão de ser só meu (porque fui o único a reparar).

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