5.09.2008
S. Walker's Day (quando nós quisermos)
O que anteriormente aqui escrevi a propósito deste filme extraordinário, sai reforçado num segundo visionamento. Com o DVD temos o bónus de poder assistir a pontas soltas de todos os depoimentos recolhidos junto das luminárias que connosco partilham paixão comum pela obra de Scott Walker. A este todo sobrepõe-se a meu ver a desarmante simplicidade que Scott Walker (nascido Noel Scott Engel) usa ao repassar diversos momentos e aspectos da sua carreira, em tudo equivalente à discrição da sua postura em estúdio, onde investe numa radical experimentação sonora que não recusa a tecnologia nem o recurso às mais primitivas matérias. Partimos para este objecto de encontro ao mito, e saímos de lá com a imagem de um homem gentil que outra coisa não fez que seguir o caminho da sua própria natureza. E saímos também com redobrada motivação para conviver com o lado despojado e sombrio dos seus discos mais "recentes". Até porque é no absoluto do silêncio e da escuridão que voz, sons, e luz se tornam essenciais. Tomem tudo isto por aquilo que é. Uma dádiva da alma.
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