6.20.2007

Não me queixo
























«O pai costumava sempre ir deitar-me, contava-me as histórias mais maravilhosas do mundo, líamos juntos o The New York Times e às vezes ele assobiava «I Am the Walrus*», porque era a sua canção favorita, embora não soubesse explicar o que significava, o que me deixava frustrado. Uma coisa fantástica era ele conseguir encontrar um erro em cada artigo que líamos. Às vezes eram erros de gramática, outras eram erros de geografia ou relativos a factos e outras, ainda, o artigo não contava a história toda. Adorava ter um pai que era mais esperto do que o The New York Times e adorava sentir na cara os pêlos do peito dele através da T-shirt e o perfume agradável da loção para depois da barba a que ele cheirava sempre, mesmo ao fim do dia. Estar com ele acalmava-me o cérebro. Não precisava de inventar nada.»

[Jonathan Safran Foer, Extremamente Alto e Incrivelmente Perto, pág. 27]

* Canção dos Beatles (N. da T.)


Os meus momentos de leitura continuam a ser extremamente escassos e incrivelmente curtos.

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