7.23.2008
Silêncios Universais/ minor characters
Jane is fine always fine
We're unhappy most of the time
We don't talk we don't fight
I'm just tired she's way past caring
But she says she is fine
She tells lies most of the time
What she needs i don't have
That's not in the hand that I'm holding
So we drink spanish wine
She plays country records until the morning
This is mine all of mine
She is not she is not mine
And i feel fine only when I'm sleeping
Only with the t.v. on
She and i and empty wine and whisky bottles
And she write beneath crumpled sheets
She is everything i need
But she would rather be any place but here
Jane is fine always fine
We're unhappy most of the time
We don't talk we don't fight
I'm just tired
She's way past caring
So we drink spanish wine we tell lies
We're killing and we feel fine
Well what's the crime?
[Lloyd Cole and the Commotions, Why I Love Country Music]
Naquela cómoda divisão relativa aos gostos musicais "cultos" da geração de 70, entre as hipóteses a) The Smiths e b) Lloyd Cole não houve pela minha parte como hesitar. Desde sempre. Mesmo este CD, actualmente quase invisível, renegado a começar por Mr. Cole, se exceptuarmos a produção algo hiperbolizada e um pouco homogénea demais, tem no seu corpo, intactas, as qualidades que originam grandes canções. As músicas dos Commotions serviram de fundo sonoro ao primeiro afundanço mais sério que experimentei: eu teria 17 anos, ela 21 (olhos enormes, cicatriz no rosto, professora de aeróbica), viviam-se tempos do Mainstream, do concerto no Pavilhão Dramático de Cascais, do Lloyd Cole com visual amish a que não faltava o próprio do chapelinho, quando confessou gostar de mim apenas 70% (sic) do que seria necessário para que fossemos namorados. Hoje dá para sorrir. Sobrou a música, como aliás sobra sempre. E um beijo para ti, Ana Luísa, onde quer que estejas. A atravessar a mesma crise da meia-idade. Que esta não te atinga mais de 70%, são os sinceros votos de um personagem secundário na tua vida (ao que a gente se poupou).
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