7.11.2008

Olhó passarinho





















O pássaro, genial na sua forma e aspecto colorido, chama-se tucano. Ilustra a capa não inteiramente conseguida (um pouco ao estilo Tinta da China, só que em tosco) da primeira edição de um romance de Diogo Mainardi (n. 1962) no nosso país. Já o livro chama-se Contra o Brasil e integra a colecção Ganga Impura, dirigida pelo Francisco José Viegas. Em primeiro lugar, quem é Diogo Mainardi, apresentação que os senhores da Bertrand - quem nem sequer têm os títulos da Ganga no site das livrarias do grupo - se encarregaram de deixar esquecida, como se os livros, objectos inanimados, tivessem por missão fazer a promoção deles próprios? Mainardi é o colunista mais popular do Brasil, escreve na Veja, e é vilipendiado a torto e a direito pela esquerda petista. Há quem considere o seu estilo e o seu argumentário insuportáveis, arrogantes, gastos, whatever. Dele li só o primeiro livro de crónicas (tem dois), e dos romances apenas conheço os títulos. Gosto, gosto muito. Amigos dizem-me que Diogo Mainardi é um senhor, informal e descontraído quando a ocasião o permite, e eu acredito. Daí que não tenha hesitado em agarrar este tucano pelos colarinhos e enfiá-lo no saco das compras. Com todo o jeitinho. Não pretendendo substituir-me aos senhores da Bertrand (a quem agradeço a chancela, que tem já um segundo título e esse da autoria de Tony Belotto, músico dos Titâs, marido de Malu Mader, escritor de políciais contemporâneos) aconselho, ainda que no desconhecimento dos reais méritos do Mainardi romancista, Contra o Brasil. A favor de Mainardi, pois claro.

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