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Parece que os Slipknot são párias entre adeptos veteranos do metal. A aversão ao novo, eu sei. Mas como entrei tarde tenho outra tolerância. Alice Cooper refere-se ao pessoal nórdico do black metal como cultores de halloween. As máscaras que dissimulam a identidade dos membros dos Slipknot parecem participar do culto. Eu não os reduziria ao estereótipo. Porque os ouvi falar para o nunca por de mais mencionado Metal: A Headbanger's Journey. Há ali um aproveitamento do instinto de rebelião dos adolescentes, mas há também uma forma de a catarse ocorrer em grupo que é sempre mais sadia. Parece que os fãs têm sabido separar as realidades, facto que ninguém terá coragem de julgar pernicioso. No meio da generalizada e universal incapacidade de atenção e de compreensão, os Slipknot à sua maneira explosiva mostram rostos de compaixão. E ninguém disse que a compaixão tem de ser bonita: tem de ser eficaz, aqui e agora.