5.29.2006

Linhas rectas

A pressão dos lobbies - e o dos modernistas é poderosíssimo - levou a que fossem tecidas loas à Casa da Música. Não faço parte do círculo de admiradores. Por detrás destes desenhos - já em tempos falei dos bairros da Malagueira, em Évora, e no das Águas Férreas, no Porto, ambos de Siza Vieira - há qualquer coisa de penitencial. É como se os autores destes edifícios e destes bairros fossem incapazes de usufruir os prazeres da vida. (Maria Filomena Mónica)

Se existe neste mundo uma completa omnisciência estética, e uma insuportável arrogância de classe, ela pertence, por inteiro, aos arquitectos. (...) Podemos ler, ou não ler, Joyce. Podemos evitar, ou não evitar, Eliot, ou Schoenberg, ou Matisse. A nossa escolha é a nossa escolha: uma questão de gosto, às vezes intransmissível. Mas a arquitectura é, por definição, inescapável: ela impõe-se indiferentemente como realidade colectiva. (João Pereira Coutinho)

Ambos na Atlântico de Junho.

Arquivo do blogue